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sábado, 5 de setembro de 2009

Por ser gari, homem é barrado em teste no Santa Cruz

Uma história de preconceito no futebol gerou polêmica no Santa Cruz. O clube está testando jogadores profissionais e amadores. Entre os amadores, havia um convidado pelo clube para o teste. Porém, por ser gari, Sandro Siqueira foi proibido de tentar realizar um sonho de criança.
Pai de duas filhas e com 29 anos, ele já havia desistido da carreira no futebol. Então, viu na função de gari a oportunidade de sustentar sua família. Com o salário de R$ 610, o objetivo era alcançado dia a dia. No entanto, a sorte bateu à porta de Sandro e ele sonhou poder pisar nos gramados como jogador.
"Quando eu cheguei para trabalhar, os caras falaram que tinha uma peneira do Santa Cruz. Peguei a chuteira do roupeiro emprestada, porque eu não tinha uma. Treinei e fui selecionado para vir jogar na quinta-feira", contou o jogador ao dite Globoesporte.com.
Ele compareceu no dia do teste. Junto com Sandro, havia mais de 20 concorrentes. Mas não foi permitido que ele realizasse a atividade."Infelizmente não deram oportunidade. Não tinha chance de eu treinar no Santa Cruz porque eu sou gari, atrapalharia a imagem do clube", lamentou. Wilton Bezerra, técnico dos juniores que comandou o treino, não quis entrar em detalhes sobre a dispensa de Sandro.

Pior que a negativa do treinador em falar sobre o caso foi a declaração de um dirigente. Sem saber que estava sendo gravado, o supervisor de futebol, Flávio Lira. "Tudo isso é munição para a negada ficar zoando ainda mais com o pessoal. Pode ter certeza que o que vai rolar na cidade é isso. Vão dizer que está todo mundo entrando no Santa Cruz. Infelizmente é"

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