Potiguar diz que jogava futebol no Haiti quando ocorreu o terremoto

O potiguar Hélder Batista de Araújo, de 25 anos, terceiro-sargento do Exército Brasileiro, que estava no Haiti quando aconteceu o terremoto de 7 graus na escala Richter, disse ao pai ontem, via MSN, que ficou horrorizado com o que viu. Ele e a família são naturais de Timbaúba dos Batistas, município do Rio Grande do Norte, localizado na região do Seridó.
Francisco Batista Araújo, funcionário público de 55 anos, contou que por volta da 00h30 desta quinta-feira (22h30 no Haiti), o filho entrou em contato por meio da internet para dizer que está tudo bem e contar detalhes dos momentos que viveu durante e após a tragédia que pode ter matado mais de 100 mil pessoas.
Segundo Francisco Batista, Hélder disse que no momento do abalo sísmico ele estava jogando futebol em um campo e sentou-se no chão até o tremor acabar. Ele disse que pôde ver uma grande nuvem de poeira subindo pela cidade, que, segundo ele, ficou totalmente destruída em questão de minutos. Ele ainda disse que as ruas estão cheias de corpos.
Hélder Batista contou à família que socorreu primeiramente os militares, que estavam em uma base ocupada pelo Exército que pertencia aos rebeldes e era de alvenaria, por isso caiu com o terremoto. Ele destacou que a maioria dos prédios da capital tem uma estrutura frágil e por isso grande parte desabou. Ainda segundo relato do sargento ao pai, ele também ajudou nas buscas por sobreviventes.
Além disso, o potiguar salientou que boa parte da cidade está sem energia e que as pessoas andam com velas pelas ruas para socorrer as vítimas. Ele frisa que nem todos os mortos poderão ser sepultados, diante da grande quantidade de corpos.
Hélder expressou, ainda por MSN, o quanto ficou horrorizado com o que aconteceu e que nunca tinha visto nada parecido. Indagado pelo pai se havia se arrependido de ter ido ao Haiti, Hélder respondeu que não, que essa era a missão dele e que na verdade ele estava comovido com a miséria que vive o país.