04.08.2008
Nordestino "arretado", José Siderley Menezes desafiou as autoridades quando instalou, há 16 anos, uma das primeiras operadoras de TV a cabo do país, a Sidy's TV, na pequena Currais Novos, no Rio Grande do Norte. Por não ter autorização do governo, foi perseguido e teve sua empresa fechada duas vezes pelo Ministério das Comunicações.
Menezes comprou uma concessão, por R$ 85 mil, para regularizar seu negócio, em 2001. Na sua clientela há gente tão pobre que paga a mensalidade com o Bolsa Família.
A Sidy's é praticamente a única fonte de entretenimento em Currais Novos, onde a TV aberta só chega por parabólica. O que mais atrai os moradores é o canal com programação local, que mostra festas, artistas e assuntos da cidade.
Pequenas empresas de TV a cabo, como a Sidy's, sobrevivem em várias cidades. No Estado de São Paulo há o exemplo da TVC Santo Anastácio. Fica na cidade de Santo Anastácio e foi inaugurada há 20 anos pelo monsenhor José Antônio de Lima. O religioso, tal como Menezes, desafiou as autoridades e sua TV também esteve fechada por determinação do antigo Dentel.
O que será destas pequenas operadoras diante da pressão das companhias telefônicas sobre o mercado de televisão por assinatura? Alegam as teles que a convergência tecnológica permite que a mesma infra-estrutura de cabos ofereça televisão, telefonia e internet e que os clientes em todo o mundo querem os serviços no mesmo pacote.
Haverá futuro para os pequenos independentes nesse cenário? Fiz a pergunta a José Antônio Lima e a Siderley e, para minha surpresa, eles estão otimistas. Não acreditam que as gigantescas teles consigam superar o diferencial que eles têm, que é o conteúdo local, os programas elaborados pela própria comunidade. "As telefônicas não vão gastar dinheiro numa cidade como a minha. O interesse delas é pelas grandes cidades", opina Siderley. O monsenhor é da mesma opinião.
Os dois estão investindo dinheiro para oferecer acesso à internet em banda larga, por suas redes de cabo, e sonham em oferecer telefonia pela internet - a Voip. "Sou pequeno, mas sou atrevido", diz Siderley.
Enquanto os pequenos sonham com o futuro, as grandes operadoras de TV a cabo estão sendo adquiridas pelas teles. A Embratel tem grande participação acionária na Net, que engoliu duas importantes empresas do setor, Vivax e Big TV, de 2006 para cá. A Telefônica comprou parte da TVA, do grupo Abril, e a Oi/Telemar adquiriu a Way TV, de Minas Gerais. O avanço das teles só não é maior porque está em vigor a Lei da TV a Cabo, que as proíbe de controlar operações de TV a cabo dentro de sua área de concessão de telefonia. Mesmo assim, a Oi comprou a Way TV. A Câmara discute um projeto para revogar a Lei da TV a Cabo, liberando as teles para explorar o serviço.
Menezes comprou uma concessão, por R$ 85 mil, para regularizar seu negócio, em 2001. Na sua clientela há gente tão pobre que paga a mensalidade com o Bolsa Família.
A Sidy's é praticamente a única fonte de entretenimento em Currais Novos, onde a TV aberta só chega por parabólica. O que mais atrai os moradores é o canal com programação local, que mostra festas, artistas e assuntos da cidade.
Pequenas empresas de TV a cabo, como a Sidy's, sobrevivem em várias cidades. No Estado de São Paulo há o exemplo da TVC Santo Anastácio. Fica na cidade de Santo Anastácio e foi inaugurada há 20 anos pelo monsenhor José Antônio de Lima. O religioso, tal como Menezes, desafiou as autoridades e sua TV também esteve fechada por determinação do antigo Dentel.
O que será destas pequenas operadoras diante da pressão das companhias telefônicas sobre o mercado de televisão por assinatura? Alegam as teles que a convergência tecnológica permite que a mesma infra-estrutura de cabos ofereça televisão, telefonia e internet e que os clientes em todo o mundo querem os serviços no mesmo pacote.
Haverá futuro para os pequenos independentes nesse cenário? Fiz a pergunta a José Antônio Lima e a Siderley e, para minha surpresa, eles estão otimistas. Não acreditam que as gigantescas teles consigam superar o diferencial que eles têm, que é o conteúdo local, os programas elaborados pela própria comunidade. "As telefônicas não vão gastar dinheiro numa cidade como a minha. O interesse delas é pelas grandes cidades", opina Siderley. O monsenhor é da mesma opinião.
Os dois estão investindo dinheiro para oferecer acesso à internet em banda larga, por suas redes de cabo, e sonham em oferecer telefonia pela internet - a Voip. "Sou pequeno, mas sou atrevido", diz Siderley.
Enquanto os pequenos sonham com o futuro, as grandes operadoras de TV a cabo estão sendo adquiridas pelas teles. A Embratel tem grande participação acionária na Net, que engoliu duas importantes empresas do setor, Vivax e Big TV, de 2006 para cá. A Telefônica comprou parte da TVA, do grupo Abril, e a Oi/Telemar adquiriu a Way TV, de Minas Gerais. O avanço das teles só não é maior porque está em vigor a Lei da TV a Cabo, que as proíbe de controlar operações de TV a cabo dentro de sua área de concessão de telefonia. Mesmo assim, a Oi comprou a Way TV. A Câmara discute um projeto para revogar a Lei da TV a Cabo, liberando as teles para explorar o serviço.
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