Pages

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Caso Bruno: advogado do menor vai tentar mudar mais uma vez a versão

O advogado Eliezer Jonata de Almeida, que representa o adolescente de 17 anos, primo do goleiro Bruno Fernandes das Dores Souza, que assumiu ter participado do sequestro e assassinato de Eliza Samudio, de 25, ex-amante do atleta, vai tentar mudar mais uma vez a versão do caso.
Apesar de o menor ter descrito em detalhes a casa do ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, acusado por ele de ter executado a jovem, além de características físicas do próprio suspeito, o advogado agora vai tentar afirmar que o menor foi pressionado pela polícia. Ele vai também negar a versão de que o jovem teria visto Eliza ser morta e sua mão jogada ara cães comerem.
As declarações foram dadas na chegada ao Juizado da Infância e da Juventude de Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde o jovem passará por audiência de instrução e julgamento por sua participação no crime. O menor já prestou ao menos quatro depoimentos, nos quais contou como, junto com o braço direito de Bruno, Luiz Henrique Ferreira Romão, o Macarrão, pegou Eliza em um hotel no Rio de Janeiro, ajudou a mantê-la em cárcere privado na casa do atleta e depois em um sítio em Esmeraldas, também na Grande Belo Horizonte.
O menor disse, inclusive, que deu coronhadas na cabeça da vítima em uma Range Rover do goleiro, onde foram encontradas manchas de sangue que exame de DNA comprovou serem de Eliza. Mas, segundo o advogado, toda a versão era mentira e ele confirma apenas que o menor foi chamado por Macarrão para dar "um susto" na jovem.
A defesa de Bruno e de outros seis suspeitos também já adotou uma série de artifícios para tentar aliviar a situação dos suspeitos, inclusive várias trocas de advogados e tentativa de cooptar outro primo do goleiro, Sérgio Rosa Sales, o Camelo. Além do menor, ele é o único suspeito que tem colaborado com as investigações. A polícia também recebeu carta anônima tentando dar uma versão completamente diferente para o crime narrado pelo menor e por Sérgio.
Bruno, Macarrão, o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, conhecido como Bola, Paulista ou Neném; e Sérgio Rosa Sales chegaram no início da tarde ao Juizado. Por causa da grande movimentação, o quarteirão foi isolado.
Eles ficaram em salas separadas, sem comunicação, e foram chamados um de cada vez pelo juiz. Bruno foi o primeiro, seguido por Bola e Macarrão. Eles se negaram a falar, segundo o Tribunal de Justiça. O goleiro ficou apenas 20 minutos no local e chegou a sorrir na saída.
O adolescente chegou ao juizado antes dos outros quatro acusados. Nos depoimentos que prestou no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, ele deu informações contraditórias. O advogado que defende o jovem, Eliezer de Almeida Lima, chegou a dizer que ele inventou alguns trechos, na primeira vez que foi ouvido, por causa da pressão dos policiais.
O futuro do adolescente deve ser definido na sessão. O juiz Elias Charbil pode determinar que o menino cumpra medida socioeducativa de imediato. Se comprovada a sua participação, ele pode pegar até três anos de detenção.

Da Agência O Globo

Nenhum comentário: