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domingo, 9 de outubro de 2011

Deputados 'bons de bola' organizam time de futebol.

Quase tão tradicional quanto a pauta trancada no Congresso é a partida de futebol dos deputados federais às terças-feiras, em Brasília. Tanto treino resultou em um time, com políticos do governo e da oposição, que percorrerá o país promovendo partidas beneficentes, com a presença do tetracampeão Romário (PSB-RJ) e do ex-campeão mundial de boxe Acelino Popó (PRB-BA).
Por enquanto, a equipe participou somente de um jogo, em São Luís, contra o time da Assembléia Legislativa do Maranhão, no dia 6 de agosto. O evento contou com a presença do deputado e humorista Tiririca (PR-SP), que não deve participar das próximas partidas porque grava programas de TV nos fins de semana, quando acontecem as peladas. Participaram ainda do jogo o ex-goleiro Danrlei (PTB-RS), que jogou na linha, o delegado Protógenes (PCdoB-SP) e o filho do senador Renan Calheiros, Renan Filho (PMDB-AL).

O primeiro estado a receber o grupo é também a base eleitoral do organizador das partidas, deputado federal Fernando Escórcio (PMDB-MA). E é o próprio peemedebista quem revela como alguns colegas percorreram os mais de dois mil quilômetros entre a capital federal e São Luís: com passagens aéreas compradas com a verba indenizatória.

Segundo o deputado Fernando Escórcio (PMDB-MA), pelo menos 26 parlamentares foram ao jogo entre deputados federais e o time da Assembléia Legislativa do Maranhão. Informações do portal da Câmara mostram que dois deputados marcaram passagens de ida ou volta para São Luís em datas próximas ao evento: Romário e Domingos Sávio (PSDB-MG). O Baixinho emitiu um bilhete no dia 7, no valor de R$ 506,66, para um trecho entre a capital maranhense e Brasília. Já o tucano, emitiu no dia 5 um tíquete de R$ 413,34, para uma viagem entre São Luís e Belo Horizonte.

A Câmara informou que, após usarem a verba indenizatória, os deputados têm meses para lançar os dados no sistema. Ou seja, o número de parlamentares que usou a verba com esse fim pode ser maior. A Casa não vê irregularidades porque o ato que regulamenta a chamada Cota para Exercício da Atividade Parlamentar diz que a verba pode ser usada em "ações necessárias ao legítimo exercício do seu mandato". O GLOBO entrou em contato com Domingos Sávio, que não retornou. Já Romário disse que o objetivo da viagem é mais importante que o valor da passagem:

- O futebol é secundário. O objetivo é visitar as instituições e doar o que for arrecadado com o jogo. Uma passagem de ida e volta não custa nem R$ 1 mil e não é proibido pela Câmara. Quando não é possível usar a verba indenizatória, pago do meu bolso. Eu ia de qualquer jeito - disse o Baixinho.

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