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segunda-feira, 16 de abril de 2012

Amarelinho, uma profissão de risco.

Ninguém gosta de ser fiscalizado. Esta é uma frase comum a todos os agentes de trânsito entrevistados nesta reportagem, profissionais que trabalham vestidos de amarelo nas ruas e que têm a atribuição de educar, orientar e autuar os motoristas. Eles são os populares 'amarelinhos', nome improvisado para se referir aos 85 agentes de trânsito que trabalham atualmente em Natal. Definitivamente não é fácil ser um amarelinho. Não bastasse trabalhar numa capital que faz sol a maior parte dos 365 dias do ano, o calor se soma à quantidade de infrações cometidas nas vias por causa do aumento da frota de veículos na capital. A título de comparação, em dezembro de 2006, a capital tinha uma frota de 256.004 veículos. Hoje já são 331.772 carros. Um aumento de 29,59%. Grosso modo, a média é de um agente para cada 3.903 veículos, isso sem contar que eles trabalham por escala, e sem colocar na conta a frota circulante de cidades vizinhas e do interior do Estado.
Mas é no quesito segurança que os 'amarelinhos' mais se sentem exercendo uma profissão de risco. Frequentemente eles recebem ameaças e são xingados. No ano passado um agente de trânsito de Parnamirim foi morto em serviço, e em Natal um deles relatou como sofreu um atentado após uma infração de trânsito. Um policial militar não gostou de ser abordado e atirou no agente de trânsito que efetuou a autuação. Dentro da Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob, antiga STTU), que lida com o trânsito de Natal desde a municipalização em 2009, há quem defenda até mesmo o porte de arma pelos agentes de trânsito, ou mesmo colete à prova de balas. "Nosso serviço não consiste apenas em autuar. Nós também orientamos os motoristas, alertamos sobre as boas práticas na direção", afirma o agente de trânsito Eduardo Santos Correia.

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