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domingo, 7 de novembro de 2010

Dilma terá de pagar R$ 3,8 bi para mudar vida de brasileiros miseráveis

O Brasil que elegeu Dilma Rousseff tem 5% da população cuja renda mensal familiar não passa de R$ 50. A esse pedaço do país é que mais interessa a promessa da sucessora de Lula de erradicar a miséria nos próximos quatro anos. O desafio já tem conta calculada. E não é tão custosa quanto indicavam as primeiras avaliações. Para atingir apenas os 9,5 milhões de brasileiros que vivem na mais absoluta miséria, devem ser gastos R$ 3,8 bilhões por ano. Na prática, a equipe calcula gastar cerca de R$ 1,66 por mês para cada brasileiro na guerra contra a extrema pobreza. A conta foi feita por especialistas do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). “Essa é a base de linha de renda mais baixa. É uma abordagem que avalia apenas os aspectos mais graves da pobreza. Daí, o número de pobres ser menor do que o de outras análises e o valor previsto para tirá-los da miséria também. Seria apenas um ponto inicial de abordagem”, explica Sergei Soares, técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea.
É nesse grupo de miseráveis que se inclui a vendedora de panos de prato Iasmin Tenório. Moradora do município de Novo Gama (GO), ela não sabe como se cadastrar no programa Bolsa Família e acredita ter sido esquecida pelo poder público. Ela sustenta o marido com problemas de saúde e um filho com R$ 40 por mês. “A gente vive nesse barraquinho. Às vezes falta comida. Sempre falta o resto. Nem sei como fazer para receber a ajuda do governo”, diz.
É para gente como a vendedora Iasmin que o Brasil administrado pela nova presidente vai precisar trabalhar se quiser acabar pelo menos com os índices extremos de miséria. Brasileiros como a vendedora do Novo Gama elegeram a nova presidente e agora vivem da expectativa por dias melhores. Não por acaso. Em seu primeiro discurso depois do resultado da eleição, Dilma foi taxativa: “Não podemos descansar enquanto houver brasileiros com fome, enquanto houver famílias morando nas ruas, enquanto crianças pobres estiverem abandonadas à própria sorte”.

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