Para categoria o Governo recuou ao oferecer aumento do piso salarial somado a um abono, no lugar de um valor real como era esperado
Os servidores do quadro técnico-administrativo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), em greve há 86 dias, invadiram às 5h de hoje o prédio da Reitoria da instituição. O ato de protesto impediu o acesso dos funcionários, com exceção do reitor e dos procuradores da União, sendo uma orientação do comando de greve nacional a todas as bases sindicais do País, em retaliação a última proposta lançada à categoria, no dia 16. Até o fim da manhã o Sindicato Estadual dos Trabalhadores em Educação Superior (Sintest/RN) não sabia informar quantos Estados aderiram ao movimento invasor, no entanto, a expectativa era continuar no local até às 17h. O coordenador do Sintest/RN, Sandro Pimentel, afirma que a categoria se mostra insatisfeita com as recentes negociações, detalhando inclusive que o Governo Federal, por meio do Ministério do Planejamento, recuou em alguns pontos referentes ao piso salarial. Sandro Pimentel relata que na última quinta-feira, em reunião com a Federação dos Servidores do Ensino Superior (Fasubra), em Brasília, o Governo propôs um piso de R$ 988, sendo que, na sexta-feira a informação repassada era outra. "Eles disseram que o piso era de R$ 802 mais o abono daria R$ 988. A categoria não quer abono, nós queremos é salário, sem perdas. Atualmente nosso piso é de R$ 701,98, sendo que, nossa reivindicação é que suba para R$ 1.140,00. O Governo não está conduzindo as negociações com seriedade o que exige da categoria medidas drásticas. O retorno ao trabalho seria pensado com um aumento real", diz.O sindicalista revela que a greve deve continuar, devido ao fortalecimento dos últimos meses, tendo a adesão no Estado de 60% da categoria. Ele afirma que antes da paralisação o direito ao plano de saúde era quase impossível, entretanto, depois da paralisação o Governo já sinalou para novembro alguma novidade. Com relação à outra reivindicação, referente à transformação dos hospitais-escola em fundações pelo projeto de lei número 92/2007, o sindicalista explica que agora o alvo da categoria passa a ser o legislativo, pois o projeto já foi enviado ao Congresso.Ainda no decorrer da manhã, às 10h, o reitor da UFRN, o professor Ivonildo Rêgo, solicitou uma reunião com os invasores para pedir a desocupação do prédio, permitindo o ingresso dos funcionários que foram impedidos de trabalhar. O resultado do encontro não foi confirmado até o fechamento desta edição. O reitor disse que as reivindicações dos grevistas são justas, mas ressaltou o direito de ir e vir previsto na Constituição Federal. "Pedi para conversar e expor a eles que o movimento é justo, porém, algumas medidas precisam ser tomadas com cautela. Impedir o funcionário de entrar na reitoria contraria o direito de ir e vir. Hoje pela manhã o serviço na reitoria ficou paralisado, mas os setores de aulas estão funcionando normalmente", informa o reitor.
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