A desigualdade no Brasil é assombrosa. Enquanto policiais militares e outras categorias profissionais vão para as ruas lutar por melhores salários e condições de trabalho, deputados distritais de Brasília se reúnem na calada da noite para aumentar a verba de gabinete ou de representação parlamentar.
No mesmo Jornal Nacional [TV Globo] que desancava ontem (9) o movimento de greve dos PMs na Bahia e agora no Rio de Janeiro, o brasileiro ficava sabendo que os deputados de Brasília aumentaram a verba de gabinete, que já é gorda, de R$ 11 mil para R$ 20 mil.
Verba de gabinete é eufemismo para super salário de deputado em qualquer casa legislativa do país. Sob o argumento de pagar despesas do mandato, o cara paga conta de restaurantes, viagens, despesas diversas no comércio [supermercado, por exemplo], conta de motel, entre outras cositas.
No caso de Brasília, os deputados distritais já recebem salários da ordem de R$ 20 mil. Somado à verba de gabinete, o nobre deputado brasiliense põe no bolso R$ 40 mil, uma boa grana.
Esse tipo de notícia alimenta qualquer movimento de trabalhadores. É combustível para qualquer greve. E eles devem pensar assim:
- Pôxa, se esses caras que estão em Brasília ganham R$ 40 mil, R$ 50 mil ou R$ 60 mil na maior facilidade, por que eu não posso brigar por aumento no meu contracheque?
Não há como contrapor tal argumento.
O Brasil tem avançado na melhoria da renda das classes menos favorecidas, mas estamos longe de reduzir a distância dos ganhos da elite econômica do país em relação ao salário do trabalhador que recebe o mínimo ou algo pouco acima dele.
Esse fosso que separa os brasileiros afortunados daqueles que não possuem nada terá de diminuir de tamanho para o Brasil alcançar o patamar de nação desenvolvida.
Por enquanto, mesmo aparecendo como quinta ou sexta economia do mundo, o Brasil não passa de um país subdesenvolvido. E injusto.
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