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segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

1 quilo de arroz custa R$ 600 na 'cidade da fome' na Síria.

São Paulo - Depois que imagens de adultos e crianças, praticamente, "em pele e osso", na Síria ganharam os noticiários do mundo na semana passada, causando uma onda de revolta e críticas, o governo de Bashar al-Assad permitiu a entrada de ajuda humanitária nas cidades que estão sob cerco. 

Os primeiros caminhões chegaram nesta segunda-feira em Fua, Kafraya e Madaya, cidades rebeldes onde a fome ameaça dezenas de pessoas, segundo o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV).

Na tentativa de mitigar a crise humanitária, os veículos transportam comida, água, leite para bebês, cobertores, medicamentos e material cirúrgico, em quantidade suficiente para abastecer 40 mil pessoas em um mês.

Ativistas que visitaram a cidade de Madaya, que está cercada por tropas do regime de Bashar al Assad, relataram que moradores estavam comendo folhas de árvores e bebendo água com pimenta como refeição.

Só na semana passada, de acordo com os ativistas, 20 pessoas teriam morrido de inanição e, neste final de semana, mais cinco, incluindo uma criança, foram a óbito por falta de alimento, segundo a Cruz Vermelha. 

Artigo de luxo

Apesar de Madaya estar a menos de 50 km de distância da capital Damasco, o custo dos alimentos por lá é absolutamente superior, o que mergulhou a cidade numa fome paralisante. 

Enquanto a farinha custa 79 centavos de dólar por quilo na capital, em Madaya, um quilo de farinha custa US$ 120 (cerca de R$ 480,000) e um quilo de arroz custa impressionantes US$150 (cerca de R$ 600), relata a rede americana CNN. Já o leite custa US$1,06 o litro em Damasco, ante US$ 300 em Madaya. 

O contrabando de alimentos, medida que ajudaria a aplacar a crise na cidade, encontra barreiras que vão além das Forças do regime sírio. As minas terrestres no entorno da cidade tornam a atividade extremamente perigosa, disse em entrevista Khaled Mohammed, médico sírio que trabalha em um hospital em Madaya.

Segundo ele, o hospital recebe cerca de 250 casos de fome por dia e já registrou mais de 50 casos de mortes por inanição. 

Enfermeiros da Syrian-American Medical Society (SAMS), que administra um hospital de campanha em Madaya, publicaram videos em sua página no Facebook mostrando crianças desnutridas e pedindo ajuda internacional.

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