Uma mulher foi atingida por um coco verde enquanto esperava ônibus na parada de uma rodovia do Distrito Federal, na sexta-feira (27). O objeto foi atirado com violência pelo passageiro de um carro que passava em alta velocidade na DF-075, conhecida como Estrada Parque Núcleo Bandeirante (EPNB).
Às 16h de sexta, a garçonete Maria Janaína Leal, 26 anos, esperava a condução para ir ao trabalho quando foi surpreendida por um objeto redondo vindo na direção de seu rosto. O irmão da vítima, o corretor de imóveis João Leal, conta que ela apenas conseguiu proteger-se com o braço. A pancada foi capaz de derruba-lá.
Maria foi socorrida pelas outras três pessoas que estavam na parada e levada para o Hospital de Base, em Brasília. Segundo João Leal, nenhuma delas conseguiu anotar as características ou a placa do carro, que desapareceu após o incidente.
- O braço dela inchou na hora porque o osso chegou a quebrar. Ela vai passar por uma operação e colocar dois pinos, mas o médico disse que, se o coco tivesse atingido a cabeça naquela intensidade, ela poderia ter morrido. Agora ela pode até perder o emprego, que nem era de carteira assinada ainda, tendo quatro crianças para criar, sendo um bebê de 10 meses que ela ainda amamenta.
O corretor de imóveis diz que ninguém ouviu gritos ou risadas do carro de onde saiu o coco ou viu motivos para um possível ato de preconceito. No entanto, para ele, a forma e a altura como o objeto foi lançado podem indicar que a violência foi cometida de propósito.
- Foi um ato de vandalismo e, mesmo se tivesse sido sem querer, essa pessoa [que atirou o coco] não tem a menor educação porque se fosse jogar o objeto fora deveria ser no lixo ou ter parado o carro para colocar num canto. Alguém assim deveria visitar um hospital público para ver o que é sofrimento e entender um pouco sobre a vida.
Segundo Leal, os médicos disseram não haver previsão para a cirurgia no braço de Maria e, enquanto isso, ela ficará internada. A assessoria de imprensa da Secretaria de Saúde do DF, responsável pelo hospital, afirmou que não pode dar informações sobre o estado de saúde da paciente.
A família ainda não registrou ocorrência do caso porque policiais civis que trabalham no hospital afirmaram que isso só é possível na delegacia do Riacho Fundo, a mais próxima do local do acidente. Para isso, porém, é preciso que Maria Janaína passe por um exame de corpo delito no Instituto Médico Legal (IML) quando ela receber alta.
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