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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Presidio de Alcaçuz, mais celulares que presos.

O tráfico de drogas no Rio Grande do Norte está fortemente ligado à Penitenciária Estadual de Alcaçuz. Tanto que, se alguém quiser se tornar um grande traficante, basta ter intimidade com algum bandido preso lá dentro. Somente assim, através da credibilidade e da confiança que estes criminosos têm com as grandes facções do Rio de Janeiro e São Paulo, principalmente, é que as drogas serão enviadas para cá.

Maconha, crack, cocaína, tanto faz. Mas, afinal, os presos de Alcaçuz possuem contato com os narcotraficantes de fora? “Sim, claro que sim”, já havia afirmado o delegado Odilon Teodósio, titular da Delegacia Especializada em Narcóticos (Denarc), em matéria publicada pelo NOVO JORNAL em maio deste ano.

Na época, o delegado chegou a revelar que um equipamento rastreador de ligações havia sido testado nas proximidades de Alcaçuz. O objetivo foi comprovar que os presos estavam utilizando equipamentos de comunicação no interior das celas. E como estavam!

“Mais de 500 números diferentes de telefone celular foram captados pela máquina, trazida de Brasília somente para esta finalidade”, confirmou Odilon.

Durante a entrevista, o titular da Denarc abriu o jogo e escancarou o esquema. Denunciou a falta de segurança na penitenciária e alertou: “O presídio é frágil. O problema da droga no Rio Grande do Norte chama-se Alcaçuz. É a principal porta de entrada de entorpecentes. Os presos de Alcaçuz têm muito contato com as grandes facções criminosas do país, principalmente com o PCC e o Comando Vermelho. Como sempre pagam pelas encomendas, conquistaram muita credibilidade e influência. Para alguém ser um comerciante de drogas de respeito aqui, primeiro tem que conhecer os traficantes presos em Alcaçuz. Eles fazem a ponte. São os verdadeiros intermediários do negócio”, disse Odilon.

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