Pages

terça-feira, 24 de junho de 2008

Democracia dá autonomia às eleições municipais

A consolidação da democracia ajuda a situar as eleições municipais como um evento autônomo no calendário político-eleitoral, no qual reflexos da situação socioeconômica e impactos no pleito seguinte não devem ser descartados. A proximidade de outubro remete ao posicionamento de alguns dos principais partidos em relação ao pleito.

O PT é a sigla que mais claramente relaciona o desempenho eleitoral em outubro com as perspectivas para as eleições de 2010. A resolução do 3º Congresso Nacional do partido sobre eleições lembra o quanto foram importantes os prefeitos e vereadores na reeleição do presidente Lula e alerta para a necessidade de obtenção de vitórias significativas, considerando os ataques políticos que terão pela frente.

O partido tomou cuidados especiais no exame das alianças com partidos de fora da base de sustentação do governo, sendo o mais emblemático o de Belo Horizonte (MG), justo por envolver o governador mineiro Aécio Neves, um pré-candidato do PSDB às eleições presidenciais de 2010. Ao todo foram aprovadas 57 coligações e rejeitadas 44. A Executiva Nacional procedeu ao exame das cidades com mais de 200 mil eleitores, além de se manifestar sobre recursos das instâncias regionais.

O PT defende a preservação da coalizão governista, mas divergências entre a teoria e a prática fazem com que o partido lance candidaturas próprias, alguns com mínimas chances de vitória. De qualquer forma, na citada resolução recomenda-se a acumulação de forças, seja por meio de candidaturas, seja pela eleição de um bom número de vereadores, quando não for possível eleger o prefeito.

Em 2004 o PT elegeu 18 prefeitos em cidades com mais de 200 mil eleitores (foi o melhor nesse segmento), mas no geral venceu em 412 municípios. A expectativa é que o partido aumente o enraizamento nos pequenos e médios municípios, embora a performance nos grandes centros possa deixar a desejar.

Sem discriminação – Nas últimas eleições, o maior número de prefeituras foi conquistado pelo PMDB – 1.055 municípios. Nas cidades com mais de 200 mil eleitores foram nove as vitórias, a metade do que obteve o PT. Com uma estrutura descentralizada, os peemedebistas não discriminam alianças por questões de princípio. Reclamam do comportamento do PT e não alimentam a idéia de uma coligação eleitoral em 2010.

enviada por Etevaldo Dias

Nenhum comentário: